6/23/2012

SOTURNO

Nada a escolher,
Senão a morte;
Amavel e sorrateira,
Ronda-nos todo o tempo,

Tempos mundanos,
Tempos insanos,

De quando em quando ela se revela,
Num misto de dor e arrependimento,
Nos faz ansiar sua aparição,
Quase sempre derradeira...

Nada de morrer sozinho,
Soturnamente fico, a esperar-te,
Terei de pedir,
Terei de implorar-te,
Dê aos meus amigos o prazer,
Sentir a mesma agonia.

E nos arrependeremos,
Amargamente de tudo,
E se ela me levar ,
Não partirei sozinha,
Quero levar te amigo...


Entrincheirados,
Na mesma cova,
Numa mesma morte,
Tão bem quista,
E numa única lapide,
Nossos nomes anotados,
A esmo.

                                                           Valdete Pereira

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